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sou um morcego q aprendeu a usar a internet ^^

sábado, outubro 17, 2009

Sol ardente - Capitulo 12

Capítulo 12
“Você está aquecida o suficiente agora?”
Um tremor leve correu por minha espinha abaixo com a sensação de sua respiração quente no meu ouvido. “Sim”, suspirei de volta, apoiando minha cabeça contra o peito dele. Ele tinha um braço musculoso em volta dos meus ombros, e o outro brincava com os dedos da minha mão.
Todos nós entramos na casa logo depois que Alice me ligou. A mãe de Kevin tinha saído para nos chamar, dizendo algo sobre lobos e o frio e o perigo. Estávamos agora espreguiçados pela sala de estar, cobertos em mantas. O fogo na lareira queimava alto e alegre, os estalos da madeira em chamas passando pelas conversas murmuradas.
Derek e eu estávamos aconchegados no chão, perto da lareira para melhor absorver o calor. Não sentia muito frio, mas o frágil corpo humano dele não trabalhava bem com essa temperatura, como todos os seres humanos. Naturalmente, ele declarou que eu parecia ter frio e que precisava me aquecer, não a ele mesmo – tão cavalheiro.
Ele estava apoiado contra a parede, uma manta em volta de nós dois. Eu estava encostada nele, minhas pernas entrelaçadas com as suas. Ele era tão macio, tão frágil, tão humano, tinha de observar cada movimento que eu fazia em sua volta. Eu me perguntava quanto tempo iria levar antes que ele começasse a suar com o calor extremo do meu corpo, especialmente enquanto estávamos juntos enrolados em um cobertor.
Rachel e o Jay se sentavam juntos na poltrona de dois lugares, Rachel aconchegada no colo de Jay. Uma única manta azul cobria os dois, e podíamos ver o movimento por baixo dela enquanto risadas ocasionais emergiam dos dois. Um sorriso não pode evitar de se espalhar nos meus lábios enquanto os olhava. Jay parecia estar a cutucando pelos lados ligeiramente, fazendo com que ela se retorcesse e desse risadinhas. Eles já eram tão fofos juntos.
Sophie ocupava a outra poltrona. Ela parecia bastante bobinha, toda encasulada em uma enorme manta de lã; você mal podia ver seus olhos e nariz saindo de dentro da massa de lã. Kevin estava no momento fora da sala – na cozinha, preparando xícaras de chocolate quente para todos nós. Eu nunca tinha tomado chocolate quente, mas imaginei que se gostava de chocolate, eu gostaria do chocolate quente também, certo?
Todos os outros estavam empilhados no sofá e no chão. Uma das meninas – Kendra, acho que esse era o seu nome – tinha a sua câmera delicada e cor de rosa fora, e todos estavam se revezando para posar. O comportamento humano era tão estranho às vezes.
“Ok todo mundo, o chocolate está pronto, ” disse Kevin da porta. Levantamos os olhos para ver ele equilibrando uma enorme bandeja com pequenos copos de isopor, cada um com uma pequena nuvem de vapor saindo. Sophie se apressou para aliviar ele de sua carga.
“Você fique bem aqui perto do fogo. Eu vou buscar um copo pra você, ” Derek me sussurrou enquanto se levantava, suavemente desatando suas pernas das minhas.
Enquanto ele andava com passos largos até Kevin para pegar dois copos, não pude deixar de admirar sua forma. Tínhamos todos tirado nossos casacos de inverno, e por baixo do dele, Derek tinha usado um suéter azul escuro justo em seu corpo, que realçava a cor dos seus olhos. Eu podia ver os músculos se tensionando por baixo dele a cada movimento que Derek fazia. Ele andava com tal confiança que simplesmente chamava a atenção das pessoas em reflexo.
Enquanto ele se direcionava de volta pra mim, seus olhos estavam concentrados nos copos em suas mãos para não derramar, os meus olhos traçaram os contornos do rosto dele, o maxilar forte que mostrava sinais de uma barba por fazer, os seus lábios cheios atualmente em uma pequena careta de concentração, seus pesados cachos encaracolados em ondas de chocolate, suas sombrancelhas escuras franzidas enquanto ele olhava onde pisava, e seus olhos que eram na cor exata do seu suéter. E eles se prenderam diretamente com os meus.
Olhei para longe, sentindo o começo de um rubor enquanto minhas bochechas ficavam mais quentes por ter sido pega encarando. Droga. Por que eu tive de herdar esse traço da minha mãe?
Derek se acomodou ao meu lado mais uma vez, me estendendo cuidadosamente um copo que emitia vapor.
“Cuidado, está quente, ” ele avisou.
Acenei com cabeça, segurando ele nas minhas mãos, e tomando um pequeno golinho. Gemi baixinho quando o líquido queimou minha língua; não pude nem saborear nada daquele golinho, só senti a ardência.
“Você está bem?” Derek perguntou, virando na minha direção com uma mão estirada para acariciar minha bochecha. Acenei com cabeça, olhando para longe e me sentindo boba. Derek puxou meu queixo de volta a ele, sorrindo suavemente. “Eu te disse que estava quente. Aqui.” Ele então pegou meu copo e soprou suavemente por cima da borda, seus olhos presos com os meus o tempo inteiro. Ele me devolveu o chocolate, repetindo o aviso.
Atenta dessa vez, levantei o copo lentamente aos meus lábios, soprando nele uma vez antes de tomar outro golinho. Dessa vez não estava tão quente, e pude saborear melhor agora. Tinha gosto semelhante ao chocolate normal, embora não exatamente o mesmo. Era grosso, coberto de espuma, e doce.
“Hmm.Yummy, ” exclamei surpresa.
Ele riu suavemente. “Sim, é.”
Enquanto baixava a minha xícara de chocolate, Sophie grudou os olhos com os meus – eu ainda sentia um pouco de veneno em seu olhar – e deu risadinhas. “Você tem um bigode de chocolate, ” ela apontou.
“Você tem mesmo, ” murmurou Derek, virei minha atenção de volta pra ele. O seu olhar fixo estava dirigido ligeiramente para baixo, concentrando-se nos meus lábios. Um tremor leve passou por meu corpo. Minha língua saiu dentre meus lábios para lamber o bigode. “Espere. Me deixe te ajudar com isto.”
Puxei minha língua para entre os meus dentes, e meus olhos tremularam se fechando, enquanto ele se inclinava para frente e apertava os seus lábios no canto direito superior da minha boca, sua língua quente correndo para lamber os vestígios do chocolate. Ele continuou com isso através do meu lábio superior então fez uma pausa. “Delícia. O gosto é melhor em você, ” ele sussurrou. E finalmente ele apertou seus lábios nos meus para um segundo beijo.
Começou como um selinho suave, mas então sua boca se tornou quente e forte rapidamente. Eu podia sentir o sabor doce do chocolate em sua língua. Ele puxou meu lábio inferior com os seus dentes então apertou sua boca na minha. Quando tentei devolver o favor, eu mordi um pouquinho forte demais. Uma gota de um líquido deslizou entre meus lábios e subconscientemente engoli. Ah. Tão doce. Tão melhor do que aquela bebida humana.Minha língua correu para onde os meus dentes tinham perfurado sua pele, provando o doce e enferrujado gosto de sangue. Delicioso.
Ele deixou sair um pequeno gemido quando me apertei contra ele, lambendo o corte. Mas minha força não-humana era muito para Derek, e fiz nós dois tombarmos para trás, eu em cima dele Minha cabeça bateu contra a parede de tijolo – felizmente não forte o bastante para quebrá-la – e a clareza zuniu de volta a minha mente. O que eu estava fazendo?! Balancei minha cabeça como um cão confuso e me afastei de Derek, que estava deitado parado no chão, respirando pesadamente. Os olhos dele faiscavam enquanto seu olhar estava fixo ao meu.
Olhei para o outro lado. Não podia acreditar no que estive a ponto de fazer. Tinha de ficar afastada dele, e de seu sangue.
Fugi para longe de seu corpo e olhei em direção aos meus amigos, e um fluxo de sangue encheu meu rosto com a visão de suas expressões se divertindo. Eles tinham ficado olhando a nossa sessão de amassos com risadinhas e gritinhos, nenhum dos quais tinham penetrado nossas mentes ocupadas.
“Isso pareceu intenso, ” Sophie deu uma risadinha, soltando veneno como se não importasse, mas eu vi seu rosto furioso.
“Vão para um quarto!” um dos outros garotos, Chase, falou.
“Queremos bis!” outro garoto arruaceiro, Hunter, gritou com alegria.
Rachel e Jay sorriram para mim, mas Kevin parecia um pouco desapontado.
“Ei, deixem eles em paz, ” murmurou Kevin. Claro que ninguém escutou.
Olhei para longe da minha platéia, observando minhas mãos. Nenhum bis poderia acontecer. Não enquanto eu pudesse perder o controle assim. Foi sorte que eu consegui me desprender para longe dele. Era sorte que eu tivesse muito autocontrole. Mas aparentemente não o bastante. Eu era um monstro entre esses humanos. Graças a Deus meu veneno era defeituoso.
Um corpo se apertou ao meu, instintivamente congelei embora imediatamente reconheci quem era.
“Ei, ei, ei, ” murmurou Derek de maneira suave em minha orelha. “Não dê ouvidos àqueles idiotas. Você não devia se sentir envergonhada pelo que sentimos um pelo outro.”
Não pude evitar de franzir minha testa um pouco. Primeiro de tudo eu não estava segura do que sentia. E como é que ele ainda podia sentir algo por mim quando eu o mordi e suguei seu sangue? E depois de tê-lo derrubado como um touro?
Ele deu um beijo no meu pescoço, mas permaneci uma pedra indiferente. Eu não podia mais perder o controle. “Por que não vamos achar um quarto como eles sugeriram? Eu gostaria de terminar o que começamos.”
Tremi pensando no que exatamente ‘aquilo’ era – a sua morte – e me afastei. “Não acho que isso seja uma boa idéia.” Vendo seu olhar abatido, apressadamente continuei. “Porque isso é ir rápido demais pra mim. Foi bom que parássemos assim. De qualquer forma, não acho que teríamos muita privacidade aqui, ” acrescentei brincando, fazendo ele sorrir.
“Tudo bem, ” ele concordou. Ele me puxou de volta a ele e meramente jogou um braço por cima dos meus ombros. Relaxei em suas formas, mas minha mente ficou vigilante. Ainda podia sentir o cheiro de sangue do corte que eu tinha dado a ele.
“Hmm, desculpe por te morder muito forte, ” sussurrei, tentando transformar isso em uma piada.
“Sem problema. Achei que aquilo foi …” ele diminui a voz, ao que parece não encontrando um bom adjetivo para descrever, e simplesmente sorriu para mim sugestivamente. Virei meus olhos. Pelo menos ele não suspeitava o que eu era.
Tentei ignorar os assovios que continuaram dos outros humanos, mas falhei. Enquanto eu deixava sair um suspiro, Derek olhou para meu rosto e pareceu perceber o que me incomodava.
“Ei! Calem a boca se vocês sabem o que é bom pra sua saúde!” ele gritou e a sala caiu em silêncio. “Obrigado.”
Sorri para ele. “Valeu. Tenho de dizer que admiro suas habilidades de conseguir que todos eles te escutem.”
Ele deu um cheiro no meu pescoço. “E não as minhas outras habilidades?”
Me afastei, dando a ele um olhar de aviso.
“Certo. Desculpe.”
Me acomodei de volta ao seu corpo. “Tudo bem.”
Passamos o resto do tempo conversando, um com o outro e com os outros também. Entretanto pouco tempo depois escutamos uma pancada áspera na porta.
Kevin se levantou para atender, mas eu sabia imediatamente quem era – eu podia sentir o cheiro dele há 1 milha de distância.
“Ei P-Edward.”
Kevin recuou da porta, parecendo meio chocado. Isso não me surpreendeu. Naturalmente que ele realmente não sabia do que estava assustado, só que Edward parecia um pouco…esquisito.
Ele estava parado, alto e imponente, na entrada, suas mãos fechadas firmemente em punhos nos seus bolsos. O seu maxilar estava tenso; quase parecia como se ele estivesse se contendo para não morder os pescoços de todo mundo trancando os seus dentes. Os seus olhos – um belo tom de ouro – brilhavam com raiva. E ainda assim ele parecia com um Deus Grego. Ao mesmo tempo tão relaxado e calmo. Nenhum ser humano suspeitava dele.
Pude ver pelo canto dos meus olhos como o queixo de Sophie caiu levemente, e como os olhos de Rachel se arregalaram. Tive de conter o impulso de virar meus olhos pelas expressões abismadas de todas as meninas. Enquanto isso todos os meninos tinham caras de admiração, medo, e ciúmes misturadas.
Assisti enquanto os olhos de meu pai focaram em mim e Derek, abraçados juntos no chão. Consegui ouvir seus dentes trincarem juntos. Disparei para ele um rápido olhar de aviso. Pai…calma, pensei.
Suas narinas se inflaram ligeiramente antes que ele se virasse para o Kevin congelado. “Estou aqui para buscar a Ness, ” ele disse suavemente, e jurei que todas as fêmeas humanas se derreteram com a sua voz.
Kevin lentamente começou a se descongelar, sua sombrancelha se torceu em confusão. “Ness? Ah. Renesmee. Sim. Hmm. Quer entrar?”
“Eu esperarei aqui fora, obrigado.” Havia uma fúria contida em sua voz, mas nenhum dos humanos pareceu notar. Apressadamente me levantei antes que seu controle desaparecesse.
Derek se levantou comigo, me puxando em um último abraço. “Ness.Eu gosto do som disso. Esse apelido vai pegar.” Ele levemente raspou os seus lábios na maçã do meu rosto, um fantasma de um beijo. “Te vejo depois, Ness. Eu te ligo.”
“O..kay, ” concordei. “Tchau todo mundo, ” disse para o resto deles enquanto andava em direção ao meu pai. “Obrigado por nos receber, Kevin, ” eu disse lhe dando um pequeno sorriso. Ele simplesmente acenou com cabeça, o seu pomo de Adão inflando enquanto ele engolia seco. “Vamos, Edward.”
Eu o segui porta afora até seu Volvo, disparando um último olhar para trás. Todo mundo acenou, mas minha atenção foi atraída para uma figura solitária, ainda parada perto da lareira. Ele levantou uma mão e piscou antes de me mandar um beijo.
“Pai, ” eu reclamei enquanto entrava no lado do passageiro, “você está assustando totalmente todos os meus amigos. O que eles poderiam ter estado pensando para te fazer pôr essa cara assustadora de vampiro?”
“Não eram todos eles, querida. A maior parte das suas mentes estavam ocupadas com coisas humanas sem sentido e triviais, ” ele respondeu calmamente enquanto saía da entrada para carros e voava em direção à estrada. Olhei enquanto as árvores e casas passavam em um borrão.
“Então o que foi?”
“Derek. E Kevin um pouquinho. E aquela menina Sophie. Se os pensamentos dela pudessem matar, você já estaria morta agora, ” ele brincou levemente.
“Ha ha. Bem, já sei sobre a inveja dela, mas ainda quero ser sua amiga. Ou tentar ser.”
“E sobre Derek e Kevin?” Perguntei em pensamento.
Ouvi seus dentes trincarem novamente. “Os pensamentos impuros deles sobre você…especialmente Derek. Eu quase desejo dar a volta e-”
“Pai, ” eu disse avisando. “Posso cuidar de mim mesma. Além disso, eu gosto do Derek. E do Kevin, ” acrescentei. “Eu ficaria arrasada se você matasse os meus novos amigos.” Virei para encará-lo e sorri angelicalmente.
Ele me olhou, dirigindo com tranqüilidade, e franziu o nariz. “Por que você tem que usar o seu encanto diabolicamente angelical no seu pobre pai?”
“Sabe que você acabou de se contradizer totalmente?”
“Novamente com essa atitude.”
“Desculpa pai. Supostamente eu tenho que agir como uma adolescente normal, e eu estou.”
“Uma pena que eu não seja seu pai nesse caso. Sou seu irmão.”
“É uma boa coisa que adolescentes possam ter atitudes contra seus irmãos mais velhos superprotetores também, ” respondi brincando.
Edward alcançou minha mão e a apertou. “Só quero que você esteja segura, querida. Isso é pedir muito?”
“Eu ficarei bem, pai. Sou indestrutível, lembra?”
“Apenas fisicamente, ” ele disse tão quietamente que até eu tive que me esforçar para ouvir. “Só para que você saiba, não aprovo Derek.”
“Só para que você saiba, se acostume, ” brinquei. “Mas sério, pai, dê a ele uma chance. Ele de fato é realmente um doce.”
“No exterior talvez, mas os seus pensamentos não são tão doces, ” ele replicou.
“De quem os pensamentos sempre são assim? Duvido que os seus, ou os de Emmett, ou Jasper, ou Jake sempre são, ” disse de volta.
Ele sorriu para mim. “Tão espertinha.”
“Ainda bem que você reconhece isso.” disse na minha mente.
Ficamos em silêncio enquanto Edward passava pela longa estrada na entrada pra nossa casa.
“Ei, por que Jake não veio junto para me buscar?” Perguntei de repente, percebendo porque pareceu tão esquisita a volta para casa. Jake vinha junto sempre que ele pudesse estar comigo. Não era típico dele deixar passar uma oportunidade de sair com a melhor amiga dele.
Papai não respondeu por um longo segundo. “Porque ele não está aqui.”
Um frio passou por minha espinha. “O que você quer dizer? Não está aqui tipo, ele está fora caçando?”
Outra longa pausa. “Não. Quis dizer que ele se foi. Ele voltou para Forks.”

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