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sábado, outubro 17, 2009

Sol ardente - Capitulo 9

Capítulo 9
Quando toque a porta, Kevin a escancarou dizendo alto, “Renesmee! Você veio!” Ele parecia tanto um cachorrinho hiperativo que não pude evitar de sorrir e tentar colocar meus problemas de lado.
“Oi Kevin.”
“Você é a última a chegar, então se quiser ir lá para os fundos…” Kevin começou a falar quando a campainha tocou. Parecendo confuso, ele abriu a porta e congelou em choque quando viu quem era. “Derek? O que você está fazendo aqui?”
Eu virei, e me vi de cara com quase 1, 80 de pele bronzeada, musculos torneados, e pura beleza. Fiquei sem ar, e me dei uma bronca em silêncio por pensar nele assim; afinal faziam só algumas horas que ele tinha me deixado furiosa.
Quando achei minha voz, parei de encarar Derek e virei para me desculpar com Kevin, “Sinto muito, Kevin. Esqueci de te dizer que convidei o Derek também. Sei que não tinha direito já que não é minha casa, mas ele se desculpou por como agiu no almoço. E então…” Eu movi os ombros, sem saber o que mais dizer.
Kevin pareceu um pouquinho ofendido que convidei outro garoto, especialmente Derek Coles, mas rapidamente mudou sua cara para parecer alegre. “Venha”, ele disse pegando minha mão. “Todo mundo está esperando lá fora.”
Tentei arrumar um jeito de me soltar de Kevin sem magoá-lo, mas não consegui pensar em nada, então deixei ele me arrastar para seu quintal. Derek nos seguiu de perto. Eu podia sentir seu cheiro forte de humano misturado com alguma colônia leve. Combinava bem com ele.
Todos ficaram surpresos em ver Derek nos seguindo, especialmente depois do abuso verbal que dei nele mais cedo, mas de qualquer forma todos pareceram aceitá-lo rapidamente. Tinha esquecido de trazer um trenó, então dividi os dos outros.
Tinha que admitir que sair com humanos podia ser divertido. Eu tinha que controlar minha força, então agi como se a subida da colina fosse cansativa, e também tinha que evitar andar muito rápido.Minha sede de vampiro era fácil de controlar, mas às vezes quando um deles vinha perto demais inesperadamente eu tinha que morder meu lábio para me impedir de enfiar os dentes neles. Mas no geral foi tudo bem.
Na maioria das vezes fui no trenó com Rachel, a garota quieta, mas também com Kevin, Jay e Derek. Às vezes Rachel ia com Jay. Toda vez que um dos garotos vinham falar comigo, ou oferecer para dividir o trenó, eu via pelo canto do olho como Sophie me dava uns olhares mortais. Acho que eu estava certa sobre ela na hora do almoço.
Eu não queria nenhuma rivalidade entre nós, então tentei ficar longe de Kevin, por quem ela obviamente tinha uma atração. Mas parecia que o sentimento era platônico, como acabei descobrindo logo que Kevin se aproximou de mim quando terminei de descer a ladeira.
Não dei tanta atenção à ele, pois estava muito ocupada tentando tirar os montinhos de neve que se enfiaram no meu cabelo. “Oi, Kevin”, eu o saudei meio aérea.
“Oi, Renesmee. Hmm, Quero te perguntar uma coisa…”
Olhei para cima quando ele não continuou. “Sim?” Enquanto o observava, ele se contorceu parecendo nervoso. Mas com o que? Minha pergunta foi respondida quando ele continuou.
“Sabe o Baile de Inverno que está chegando, né?” ele começou hesitante. Minha mente passeou pelos milhões de cartazes e anúncios diários sobre o baile anual. Era semi-formal (seja lá o que semi quer dizer) e estava chegando rápido. Imediatamente saquei o que ele estava prestes a perguntar e o cortei antes que minha amizade com Sophie pudesse ser completamente arruinada.
“É, fiquei sabendo sobre isso. Era tudo de que Sophie falava.” Olhei em volta de forma óbvia (vi Sophie me olhando detalhadamente), então me aproximei e sussurrei no ouvido dele. “Sabe? Acho que ela quer muito ir com você. Mas ela tem muita vergonha de te convidar”, menti convincentemente. Senti um pouquinho de culpa por manipulá-los assim, já que ela não me disse nada do tipo, mas desde que eu tinha total certeza de que ela me agradeceria (e provavelmente não era mentira; aposto que era o que ela queria mesmo), desviei desse pensamento de culpa.
“Mesmo?” Kevin perguntou, parecendo abismado. Todos os pensamentos de seus motivos anteriores sumiram, “Hmm”. Ele olhou para Sophie, que na hora sorriu furtivamente e acenou para ele. Ele sorriu de volta.
“É, sério”, persuadi. “Você deveria ir convidá-la agora mesmo. Mas não diga que eu te falei porque ela ficaria uma fera comigo”, terminei.
“Ok”, ele concordou e foi até ela. Pude ver como ela se endireitou e se sentiu melhor comigo por ajudá-la. Mesmo ela sendo uma desculpa invejosa de amiga.
Assisti pelo canto do olho quando Kevin disse alguma coisa, e ela praticamente deu um gritinho e se jogou nele, ele sorriu. Meus lábios viraram pra cima começando a sorrir, mas me contive até que ela correu até mim momentos depois, com um sorriso muito satisfeito no rosto.
“Adivinha!”
“O que?”, perguntei, indo na dela.
“Adivinha quem me convidou para o Baile de Inverno!”, ela continuou com os olhos brilhando de alegria e presunção.
“Quem?”
“Kevin!”, ela berrou.
Puxei ela em um abraço. “Ai meu Deus, que ótimo! Estou muito feliz por você!” Dei um gritinho junto com ela. E eu estava mesmo feliz por ela. Talvez eu pudesse colocar de lado seu comportamento invejoso e todos os olhares maliciosos que havia me dado e ser sua amiga de verdade, já que ela tinha conseguido seu namoradinho.
Enquanto esperávamos na fila para descermos a ladeira novamente, ela continuou a tagarelar sobre como Kevin era lindo e maravilhoso. Escutei tudo meio aérea, concordando sempre na hora certa. Outra parte de mim no momento estava ocupada escutando a conversa de Rachel e Jay, os quais estavam no topo da colina prontos para escorregar.
Agora que entendia melhor as ações dos humanos, realmente prestei mais atenção ao jeito que agiam quando estavam pertos uns aos outros. Rachel olhava para os olhos dele e depois para baixo, com vergonha. E ele continuava tentando segurar o olhar dela. Eles estavam se inclinando um ao outro inconscientemente, enquanto estavam em profunda conversa. Ocasionalmente, Rachel soltava uma risada suave e Jay gargalhava triunfante. Hmm. Me perguntei por que nunca tinha notado isso antes. Parecia evidentemente óbvio agora.
Jay encarou Rachel com puro afeto em seu rosto escuro e belo, soltando piadas para fazê-la sorrir. Ele era tão arruaceiro e parecia um palhaço, enquanto Rachel era quieta e inteligente, quase parecia que não tinham química. Mas aparentemente o ditado “opostos se atraem” faz efeito aqui. Me perguntei se algum deles daria o primeiro passo e chamaria o outro para um encontro, já que com certeza parecia que as coisas estavam indo por esse caminho.
Ambos subiram no trenó vermelho brilhante de Jay e voaram ladeira abaixo, rindo alto. Assisti com olhar crítico quando o trenó pareceu estar desequilibrando para a direita, e tive que me conter para não correr até eles e pará-los. Nesse instante o trenó tombou e jogou os dois pra fora, Rachel gritando. Todos os humanos congelaram com o som (eu já estava congelada de medo) e viraram as cabeças para a fonte do barulho. Mas o gritou virou riso quando ela e Jay rolaram até parar, seus membros entrelaçados e cobertos de neve. Jay sorriu e se levantou enquanto oferecia uma mão à ela, ela aceitando o gesto. Quando ambos estavam de pé, Jay a puxou para mais perto e inclinou seus lábios até o ouvido dela. Ainda segurando a mão de Rachel ele sussurrou algo, eu ri baixinho quando ouvi suas palavras um segundo antes do rosto de Rachel virar um sorriso brilhante e ela concordar alegremente.
Ele a puxou contra seu corpo sarado, entrelaçando os braços ao seu redor. Os olhos verde-escuros dela brilharam quando encararam os castanho-escuros dele, seu cabelo negro sedoso cobrindo levemente parte de seu rosto. Jay levantou a mão e ternamente colocou o cabelo dela atrás de sua orelha, murmurando suavemente (meus ouvidos meio-vampiros escutando suas palavras claramente), “Quero ver seu lindo rosto quando eu fizer isso”.
A expressão feliz dela virou choque, e então prazer quando ele se inclinou e pressionou os lábios nos dela com afeto e de forma suave. Suas bochechas coraram quando eles se separaram com os assovios e gritinhos dos amigos.
Jay e Rachel se viraram para nossa direção, Jay parecia orgulhoso colocando o braço ao redor dos ombros dela, e Rachel parecia envergonhada. Dei um sorriso encorajador a ela. Era irônico como Rachel e Sophie foram convidadas para o baile no mesmo dia e durante o mesmo evento. Talvez fosse uma coisa de humanos chamar pra bailes enquanto estão saindo juntos e quando as coisas estão um pouco mais íntimas. Talvez então era apenas o clima chame-as-garotas-para-o-baile que estivesse no ar.
Fiquei surpresa quando percebi que senti uma pontada de vazio dentro de mim: Nenhum garoto me convidou para a dança (embora eu soubesse que Jake não se incomodaria em me levar; e acho que esse era o plano. Mas mesmo assim, é diferente de um garoto me chamar de verdade. Eu sei…isso é tão egocêntrico. Mas não posso evitar como me sinto). Meu lado malicioso soltou a razão do porque era assim antes que eu a pudesse reprimir; eu era muito sem sal, muito estranha e muito inumana. Eu nunca me encaixaria.
* * * * *
Depois de meia hora no frio, minhas bochechas e nariz estavam pintados de um vermelho intenso. Fui para o lado do declive para assistir Jay escorregar como um surfista em uma prancha. Todos morreram de rir com suas manobras e eu sorri também. Como esses humanos eram bobos.
Eu tinha cruzados os braços em minha volta por costume, quando percebi outra pessoa se aproximando de mim por trás. Fiquei tensa quando senti um par de braços por cima dos meus.
“Você parece estar com um pouquinho de frio e meio solitária, ficando aqui parada sem ninguém”, Derek murmurou no meu ouvido.Eu reprimi um arrepio quando sua respiração quente deslizou por meu pescoço (se foi tremor de nojo ou prazer, eu não sabia dizer).
“Não, estou bem”.
“Mesmo? Porque eu poderia te esquentar bem rápido se você quisesse…” Ele me puxou para mais perto de si, e senti o calor do seu corpo me acariciando.
Senti Sophie me olhando, seu rosto praticamente verde; Acho que ter o Kevin só pra ela ainda não satisfazia sua inveja. Conscientemente me afastei do abraço dele.
“Estou bem. Sério.”
Mas Derek não desistiu. Ao contrário, ele deu mais um passo me acompanhando, e me puxou para ele novamente.Sem palavras dessa vez, ele simplesmente pressionou seus lábios mornos e macios no meu pescoço.
Dei um suspiro profundo com essa nova sensação, e meus olhos se fecharam imediatamente. Suas mãos acariciaram meu abdômen enquanto ele continuava a traçar beijos para cima e para baixo no meu pescoço. Nunca senti isso antes. Nenhum humano, homem ou imortal, havia me beijado com luxúria, mesmo que não fosse nos lábios.
Senti a queimação familiar na minha garganta com o cheiro de sangue tão perto, e fiquei surpresa com quão rápida e fortemente fui capaz de espantar a sede sem muito esforço. Tudo que sabia é que queria que essa sensação continuasse, e mordê-lo arruinaria isso. Mas me controlar estava sendo tão sem esforço que podia fazer sem nem pensar. Isso era bom, considerando que meu cérebro tinha virado uma pasta pelas emoções vampíricas que o invadiam.
“Deus, como você cheira bem”, ele murmurou contra minha pele quente de granito, pressionando seu nariz no colo do meu pescoço e inalando profundamente.
Eu não tinha certeza do porque estava reagindo assim a ele. Meu lado sensível argumentava que era porque vampiros tem um senso de emoções muito forte. Esse era um sentimento novo, e ele foi altamente agravado por meus sentidos vampíricos. Realmente não tinha nada a ver com Derek, só que ele era o primeiro homem que me beijava.
Meu lado insensível meramente me disse para calar a boca e me perder na sensação.
Ele pressionou outro beijo na beirada do meu queixo e murmurou, “Renesmee”.
“Hmm?”
“Decidi seguir a onda que Kevin e Jay lançaram hoje.” Ele pausou, espalhando suaves beijos por meu pescoço abaixo.
“Sabe o tal Baile de Inverno que está chegando?”
“Aham…”, respondi meio ausente.
“Você quer ir comigo?”
Pausei, levemente surpresa. Fiquei ainda mais surpresa por me encontrar realmente considerando sua oferta. Era entendido que eu iria com Jake já que Bella iria com Edward, Alice com Jasper, e Rose com Emmett, mas ele não tinha me convidado formalmente. Uma onda rápida de prazer me atingiu: um garoto queria ir ao baile comigo! Antes de pensar bem sobre isso, respondi no impulso. “Claro”.
Assim que falei a palavra, algumas coisas aconteceram instantaneamente: O rosto de Derek abriu um sorriso enorme, ele se inclinou na minha direção, assovios começaram outra vez entre os adolescentes, e meu telefone vibrou selvagemente no meu bolso. E a coisa mais vital: Derek pressionou seus lábios suaves nos meus.
Aquela onda de emoções vampíricas extremas cresceu dez vezes mais. Me confundiu, embaralhou meu cérebro. Não podia pensar, não conseguia responder. Só percebi vagamente que eu o estava beijando também.
Só haviam ele e eu no mundo agora; ninguém mais importava. Meus ouvidos escutaram os risos e assovios que explodiram em nossa volta, mas meu cérebro não registrou o fato. Os nervos sensíveis nas minhas bochechas sentiram a brisa gelada acariciando, mas eu não percebi. O celular no meu bolso continuou a vibrar intensamente, mas o fato se perdeu para mim. Eu não podia nem lembrar meu nome a essa altura. Essas novas emoções eram assim de tão esmagadoras. Eu meramente me perdi na sensação, sucumbindo ao que minhas emoções me diziam.
Seus lábios eram macios e gentis contra os meus duros como pedra. Embora agora eu sentisse o cheiro de seu sangue pulsando em suas veias até mais forte, isso não me incomodava. Uma mão estava pressionada na base das minhas costas, me puxando para ele, enquanto a outra estava na base da minha cabeça, mantendo-me presa nesse abraço. Meus braços se moviam com vida própria, deslocando-se para se entrelaçarem em suas madeixas escuras. Lentamente sua boca se tornou mais insistente, quando ele sentiu que eu estava também respondendo, sua língua traçando meus lábios levemente.
Antes que eu pudesse reagir àquilo, um som de um lamento imenso rasgou o céu, me fazendo pular para longe de Derek como se tive levado um choque. Todos olharam ao redor alarmados, tentando descobrir de onde vinha o barulho. Parecia cheio de dor, como o uivo de uma mãe-lobo que perdeu um de seus filhotes.
Isso cortou profundamente meu coração antes feliz . Reconheci o uivo imediatamente, embora nunca tivera ouvido aquela voz tão melancólica antes. Seu nome escapou por meus lábios como o soprar de uma brisa, baixo demais para qualquer ouvido humano.
“Jacob?”

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